Longa Noite abre o Doclisboa e Technoboss encerra o festival
Da Galiza até às estradas de Portugal: a 17ª edição do Doclisboa, que decorre de 17 a 27 de Outubro, terá como sessão de abertura o novo filme de Eloy Enciso, Longa Noite e, como sessão de encerramento, a antestreia nacional de Technoboss, de João Nicolau (filme que estreará nas salas portuguesas a 7 de Novembro.
Após a sua participação na Competição Internacional da edição de 2012 do Doclisboa, com o filme Arraianos, tal como uma participação enquanto elemento do júri do festival, em 2015 e 2017, Eloy Enciso regressa ao Doclisboa com Longa Noite: filme que estreou na Competição Internacional do festival de Locarno, tendo marcado presença no TIFF e com paragens futuras já anunciadas na Viennale e no New York Film Festival deste ano. Longa Noite, filme que abre a 17ª edição do Doclisboa, apresenta-nos o regresso de Anxo (interpretado pelo artista Misha Bies Golas) à sua vila natal, no meio rural galego. Vozes e memórias ecoam e acompanham os passos tomados por Anxo, num caminho marcado pelo peso da escuridão da noite (e, talvez, da história), pautado por pensamentos, encontros e conversas casuais. Um filme inspirado em cartas, peças e memórias do regime franquista, que nos conduz a uma reflexão essencial sobre a sociedade espanhola pós-Guerra Civil e, acima de tudo, sobre a sociedade contemporânea: uma viagem de exploração dos alicerces sociopolíticos do fascismo.
João Nicolau apresenta Technoboss na sessão de encerramento do Doclisboa, após a estreia na Competição Internacional de Locarno e antes da estreia nas salas nacionais, a 7 de Novembro deste ano. Technoboss apresenta-nos Luís Rovisco (interpretado por Miguel Lobo Antunes), sexagenário divorciado, que, perto da reforma enquanto director comercial da empresa SegurVale – Sistemas Integrados de Controlo de Circulação, é levado até ao Hotel Almadrava, onde se reencontra com uma antiga paixão: Lucinda (interpretada por Luísa Cruz). Um momento que despoleta uma forte mudança na vida de Luís Rovisco, que acompanhamos neste filme onde o road-movie e o género musical se cruzam, onde a linha que separa a ficção da realidade, neste retrato ficcional, se torna exponencialmente mais ténue: um drama, uma comédia (quase) trágica, com o toque cinematográfico de João Nicolau.