DESTAQUES | 20.10
“Descolonizar a Memória” é uma temática que permite assistir a dois filmes e faz pensar o passado com a possibilidade de imaginar um novo presente e até mesmo um novo futuro. “A Story From Africa”, de Billy Woodberry, reconstrói através de arquivos fotográficos o momento da ocupação do exército português no território do povo cuamato em Angola, no ano de 1907. Já Matthias De Groof coloca em cena um tema diferente mas inter-relacionado com “Palimpsest of the Africa Museum”, filme que acompanha as discussões que se centram na renovação do Museu Real da África Central e da possibilidade da sua descolonização. Após esta sessão de pensamentos e reflexões realiza-se um debate com a presença dos realizadores Billy Woodberry, Matthias De Groof, Camilo de Sousa, Isabel Noronha e Joacine Katar Moreira.
Sofia Bohdanowicz, directora de cinema canadiana que trabalha em documentário e ficção e na linha ambígua entre estas duas produções artísticas, apresenta também, programado por Adam Cook, 4 dos seus filmes “A Prayer”, “Na Evening”, “Another Prayer” e “Never Eat Alone”. O seu trabalho distingue-se pelo uso de formatos de película e vídeo, gravações reais e encenações dramáticas da realidade e é um cinema que aclara os processos de negociação entre histórias, o passado, o presente e o material e
imaterial.
Neste quarto dia, a sessão de abertura dos Verdes Anos é marcada pelo filme “Thirty” de Simona Kostova que mostra 24 horas vividas por um grupo de amigos que vive em Berlim.
Pela solidariedade com os ataques do governo brasileiro aos realizadores do país, o Doclisboa conta com uma programação de filmes que permite debater e pensar formas de manter a democracia no Brasil. Hoje são exibidos os filmes “O Último Sonho” de Alberto Alvares e “Chão”, de Camila Freitas.
Após esta sessão, é hora de marcar o início de uma jornada promissora do cinema europeu no terraço do Selina Secret Garden, com muita música e diversão!