|
Doclisboa'13: "Olho Nu" sobre Ney Matogrosso abre sessão Heart Beat
2013/10/02
"Olho Nu", de Joel Pizzini, é o filme de abertura da secção Heart Beat do Doclisboa'13 - dedicada a documentários relacionados com a música e as artes performativas. O filme será exibido no dia 25 de Outubro, sexta-feira, às 21h30, no Cinema São Jorge.
O filme "Olho Nu" parte de um conjunto de imagens e sons reunidos por Ney Matogrosso. Ao todo, foram mais de 300 horas de material cedidas pelo artista e três anos de pesquisa do realizador brasileiro para chegar ao trabalho final. Este é um retrato da vida e obra do cantor, das suas motivações artísticas, mas também do seu carácter libertário e político que sempre influenciou o seu reportório. O programa da Heart Beat inclui também o regresso do Doclisboa ao Lux Frágil, depois de em 2012 aí ter apresentado "Shut up and play the Hits: o Fim dos LCD Soundsystem". Desta vez, o festival mostra, no dia 31 de Outubro, às 23h00, "The Stone Roses: Made of Stones", realizado por Shane Meadows. O filme revela materiais exclusivos da banda e o testemunho de pessoas cujas vidas foram inspiradas pela banda. Outros destaques: "Mistaken for Strangers", realizado por Tom Berninger, irmão do líder e vocalista dos The National, Matt Berninger, e "Pussy Riot - A Punk Prayer", de Mike Lerner e Maxim Pozdorovkin, um documentário sobre o julgamento dos membros da banda punk rock feminista. De Angola chegam-nos dois filmes, "I Love Kuduro" e "Death Metal Angola". O primeiro, realizado por Mário Patrocínio, retrata o movimento nascido em Luanda durante a Guerra Civil Angolana e que está a marcar o nascimento de uma nova cultura urbana em África. O segundo, da autoria do realizador americano Jeremy Xido, mostra-nos como Angola se tornou no epicentro do metal africano. Em homenagem ao reconhecido cineasta norte-americano Les Blank, falecido em Abril do presente ano, será programada uma sessão que inclui "Dizzy Gillespie", "The Blues Accordin' to Lightin' Hopkins" e "Chulas Fronteras". No total, a secção Heart Beat reúne 17 filmes que, ao longo do festival, serão apresentados nas salas da Culturgest, Cinema São Jorge e Cinema City Alvalade.
|
|
Antevisão da programação DocEscolas
2013/10/01
Decorrerá no próximo dia 10 de Outubro, Quinta-feira, na Culturgest, às 18:30h, o evento criado a pensar nos professores e educadores, onde será feita a apresentação detalhada das sessões exclusivas para escolas do 1º ciclo à universidade.
Serão mostrados excertos de cada filme e entregues dossiers com sugestões pedagógicas, segundo grau e área de ensino. Reserve já o seu lugar!
Para marcações: servico.educativo@doclisboa.org | t. 965155725
|
|
Doclisboa'13: Filmes de Abertura e Encerramento
2013/09/30
A 11ª edição do Doclisboa - Festival Internacional de Cinema abre com "Pays Barbare", de Yervant Gianikian e Angela Ricci Lucchi e encerra com "Manuscripts don't Burn", de Mohammad Rasoulof.
A sessão de abertura do Doclisboa'13 realiza-se no dia 24 de Outubro, quinta-feira, às 21h30, no Grande Auditório da Culturgest, com "Pays Barbare" que será apresentado pelos cineastas, sediados em Milão, Yervant Gianikian e Angela Ricci Lucchi.
"Pays Barbare" narra, através de arquivos, a presença colonial italiana na Etiópia e os mecanismos de subjugação aí utilizados durante a liderança dictatorial de Mussolini. É um filme que surge como um acto político, apelando à memória e à reflexão, para que reconheçamos e enfrentemos os indícios de um fascismo que se produz silenciosamente em cada época.
Para este ano, a sessão de encerramento do Doclisboa'13, a ter lugar no dia 2 de Novembro, ficou reservada para "Manuscripts don't Burn", do realizador dissidente iraniano Mohammad Rasoulof, que nos traz a Lisboa um filme que conta uma história real: um homem perseguido pelos serviços secretos iranianos, que tenta publicar as suas memórias de presidiário e sair do país. Corajoso e lúcido, o filme é (mais uma) denúncia meticulosa de repressão no Irão, feito por um dos mais destacados realizadores iranianos da actualidade.
É importante destacar ainda que ao longo do festival serão apresentados filmes de outros dois cineastas iranianos dissidentes, Mohsen Makhmalbaf exilado desde 2005 e Jafar Panahi, impedido de filmar no Irão e condenado a seis anos de prisão domiciliária.
|
|
O Cinema em Portugal hoje
2013/09/26
O actual governo português tomou, desde o início, uma posição clara quanto à cultura e às artes: extinguiu o Ministério da Cultura, nomeando um Secretário de Estado na dependência directa do Primeiro-Ministro. Desde aí, a cultura e as artes têm vindo a ser tratadas segundo uma visão economicista e subserviente perante os mercados e as metas.
Em Portugal, desde o início dos anos 70, o cinema não é financiado pelo Orçamento Geral do Estado, mas por taxas aplicadas a licenças de publicidade que foram decrescendo em número e que esgotaram a lei em vigor, levando à criação e à discussão de nova lei. Em 2012, perante o impasse na aprovação desta nova lei que regulava o reforço e alargamento daqueles mecanismos de financiamento, abrangendo operadores de televisão de sinal aberto mas também por subscrição, o governo decidiu não atribuir quaisquer apoios ao cinema, através do Instituto do Cinema e Audiovisual. Chamámos-lhe um ano zero. Perguntámo-nos como continuar. Houve quem o conseguisse mas houve quem, simplesmente, não tenha resistido. Em 2013, quando finalmente a lei foi discutida, aprovada e homologada, quando se abriram concursos e se assumiram compromissos, um novo dado aparece: os operadores em questão não querem pagar as suas contribuições num desafio directo à lei, às ideias de equidade e justiça previstas na constituição. Perante tal, o Primeiro Ministro mantém-se em silêncio. Como pode um governo de um estado de direito fazer depender uma política cultural do cumprimento (ou não) de uma lei por parte de privados? Como se pode pôr em causa um património e um sector fundamental para a prática democrática previsto na Constituição da República (Artigo 78º, quanto à "fruição e criação cultural" do Capítulo III, "Direitos e Deveres Culturais"), para a construção de mecanismos de cidadania e de participação na vida pública?
Como podem governantes legitimamente eleitos tratar este problema como um problema eminentemente sectorial, e não como um problema de carácter nacional, que toca a sua própria legitimidade enquanto principais decisores e detentores de mecanismos de gestão da coisa pública?
O cinema português está em perigo, não só quanto à sua produção, mas quanto à sua preservação e, divulgação - note-se que nem a Cinemateca Portuguesa nem o Arquivo de Imagens em Movimento se salvam desta razia, colocando o património cinematográfico em risco.
Ainda assim, continuam a fazer-se filmes. Far-se-ão sempre, estamos seguros, de uma maneira ou de outra. E às vezes os filmes atribuem-se o poder de falar, nem que seja baixinho, do que importa discutir.
Agradecemos a João Viana podermos divulgar, aqui, estes seus dois filmes.
Apordoc - Associação Pelo Documentário
Doclisboa - Festival Internacional de Cinema
|
|
|
| Março | |
2ª | 3ª | 4ª | 5ª | 6ª | sab. | dom. | | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 | 17 | 18 | 19 | 20 | 21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 | 27 | 28 | 29 | 30 | 31 | | | |
|