PROGRAMA |
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programa 2006
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SECÇÕES |
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[CI] Competição Internacional
Selecção de filmes (longas e curtas metragens)
de todo o mundo, produzidos em 2005 ou 2006.
[P] Competição Nacional
Secção competitiva com filmes de produção
e/ou realização nacional, concluídos em
2005 ou 2006.
[I] Investigações
Secção competitiva com uma selecção
de filmes de todo o mundo, explorando em profundidade temas da
actualidade social ou política.
[AG] Amos Gitai
O mais importante realizador israelita contemporâneo apresentará o
conjunto de filmes de dois incontornáveis conjuntos de documentários
(também designados por trilogia Wadi e por trilogia das Casas) sobre a
história recente do seu país.
[SE] Sessões Especiais
Apresentação de filmes fora de competição,
todos eles inéditos em Portugal, com destaque para as mais
recentes obras de três grandes nomes do documentário
internacional (Eduardo Coutinho, Vincent Dieutre e Chantal Akerman).
Exibição da Trilogia do Sagrado e do Demónio
de Pirjo Honkasalo (a realizadora de “Three Rooms of Melancholia”)
e para a apresentação de dois documentários
portugueses em antestreia em que a música é tema
central.
[T] Mostrar Trabalho
Um programa sobre a duradoura e profícua abordagem do
universo do trabalho pelo documentário, que é também
uma viagem pela própria história deste género
cinematográfico. Secção comissariada por
Marie-Pierre Duhamel Müller, programadora e directora do
festival Cinéma du Réel, de Paris.
[J] Histórias Mínimas: o Documentário
Japonês Contemporâneo
Panorama histórico do documentário japonês
de 1987 até ao presente. Dois dos realizadores representados
nesta selecção, Makoto Sato e Naomi Kawase, estarão
presentes para apresentar os seus filmes e discutir a situação
do documentário no Japão.
[FR] Ficções do Real: Número
Zero - Programa seleccionado por Pedro Costa
Uma nova secção, vocacionada para ajudar a reflectir
sobre as relações entre ficção e
documentário, um diálogo tão antigo quanto
a história do cinema, mas que está presente de
forma particularmente evidente no mais interessante cinema contemporâneo.
Nesta primeira edição, a selecção
dos filmes a apresentar foi feita pelo realizador Pedro Costa,
cuja obra é precisamente atravessada por algumas das questões
que este programa pretende iluminar.
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SexTA, 20
21.30 Grande Auditório
News from Home/News from House [AG] [Sessão
de Abertura]
de Amos Gitai | 97' Israel 2005
A abertura do doclisboa 2006 marca também o início de um pequeno
ciclo de documentários do mais importante realizador israelita. Com "News
From Home, News From House", Amos Gitai completa a trilogia iniciada em
1980 com 'House' e prosseguida em 1998 com "A House in Jerusalém",
que também veremos. Criando uma espécie de arqueologia humana,
Gitai explora as relações entre os habitantes de uma mesma casa,
israelitas e palestinianos, no passado e no presente: de edifício abandonado
pelo proprietário Palestiniano na guerra de 1948; requisitado pelo governo
Israelita; alugado a imigrantes judeus argelinos em 1956; adquirido por um professor
universitário em 1980... Esta casa em Jerusalém já não é o
microcosmos que era há 25 anos. Os seus habitantes estão dispersos,
o espaço comum foi desintegrado, mas continua a ser um centro emocional
e físico no coração da situação israel-palestiniana.
Amos Gitai estará presente para acompanhar o programa que lhe é dedicado.
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SábADO, 21
14.30 Pequeno Auditório [I]
EXIT [I]
de Fernand Melgar | 76' Suíça 2005
A Suíça é o único país do
mundo em que associações como a que dá título
a este filme existem para prestar assistência aos doentes
que, para não prolongar uma dolorosa agonia, pretendem
pôr fim às suas vidas. Há mais de vinte anos
que equipas de voluntários acompanham doentes crónicos
e portadores de deficiências graves em direcção
a uma saída que consideram mais digna. Neste documentário
acompanhamos todos os passos de um processo longo e delicado,
em que uns e outros enfrentam a morte. Não como um tabu,
nem com um fim inaceitável, mas como uma libertação.
Numa sociedade que tende a tudo controlar, eles colocam uma questão
de ordem íntima: escolher a forma como se quer morrer
não será a última manifestação
de liberdade que lhes é concedida?
14.30 Grande Auditório
Wadi 1981-1991 [AG]
de Amos Gitai | 97' França/Reino Unido 1991
Wadi é um vale localizado a leste de Haifa, uma espécie
de enclave em que imigrantes europeus de Leste, sobreviventes
dos campos, vivem em frágil co-existência com os árabes
que também foram expulsos das suas casas. Gitai foi ao
local pela primeira vez em 1981 e iniciou uma trilogia sobre
o local ("Wadi 1981", "Wadi 1981-1991" e "Wady
Grand Canyon"). Dez anos depois do seu primeiro "Wadi",
Amos Gitai volta a pegar no conto dos habitantes de Wadi Rushmia.
Os antigos protagonistas ainda aí estão. As suas
condições de vida deterioram-se e novos imigrantes
Russos chegaram e instalaram-se. As circunstâncias e as
histórias individuais reflectem a situação
política e social da região que se deteriorou entretanto.
16.30 Pequeno Auditório
Magino Village - A Tale [J]
de Shinsuke Ogawa | Japão, 1986, cor, som, 222', 16mm
A obra-prima de Shinsuke Ogawa e da sua equipa
demorou treze anos a produzir. Poucos filmes - em qualquer lugar,
ou qualquer tempo - retrataram a história com tal complexidade. As
tradições orais que circularam na aldeia de Magino
ao longo de gerações estão relacionadas
com a transmissão de histórias, a dança
butoh e as recreações ficcionais. Estas últimas
misturam actores famosos com os habitantes das aldeias que interpretam
os papéis dos seus antepassados. O realizador procura
as origens longínquas da história de Magino numa
escavação arqueológica nos arrozais. Este
tipo de pesquisa acrescenta uma perspectiva que de algum modo
evita que se pareça com uma desmistificação
das dimensões folclóricas e espirituais da vida
na aldeia. A microscopia científica das flores do arroz
inspiram um espanto silencioso e quando os académicos
surgem para explicar as origens prováveis de uma história
apenas acabam por confirmar a realidade da história viva
de Magino. Todo este filme, superiormente complexo, é marcado
pela ritmo das estações de colheita e do arco solar
no vasto céu de Yamagata.
16.30 Grande Auditório
Masterclass com Amos Gitai [AG]
A pretexto da retrospectiva que o doclisboa
dedica a Amos Gitai, uma conferência e um encontro com o público do festival
em que o realizador israelita falará sobre a sua extensa
obra documental, com especial incidência nas duas trilogias
aqui exibidas, e sobre o seu método de trabalho. Gitai
devevá abordar também os múltiplos fios
que ligam esses documentários aos seus filmes de ficção,
designadamente, o privilégio que neles tem a história
recente de Israel e temas/figuras como o território, o
exílio e a memória.
18.30 Grande Auditório
No Fim do Mundo [P]
de Mariana Gaivão | 13' Portugal 2006
Fora da Lei [P]
de Leonor Areal | 87' Portugal 2006
As protagonistas de "Fora da Lei" foram notícia
de abertura dos dos telejornais em Portugal há alguns
meses. Teresa e Lena tentaram casar, mas o mediatismo do caso
trouxe-lhes ainda mais dificuldades e discriminação.
Estas duas mães - e duas filhas - são uma família
de facto, mas fora da lei. Para elas, casa, escola e trabalho
podem tornar-se grandes problemas. A curta metragem que abre
a sessão, também mostra o que as câmaras
dos media, vorazes, mas momentâneas, deixam para trás.
No bairro do Fim do Mundo, em Cascais, arde uma barraca, consumindo
uma mãe e os seus cinco filhos. No ATL do bairro nasce
um workshop de fotografia, destinado a dar às crianças
uma possibilidade de expressarem o seu olhar sobre o seu dia,
o seu bairro, o seu mundo.
21.00 Pequeno Auditório
Gitmo - The New Rules of War [I]
de Erik Gandini e Tarik Saleh | 79' Suécia 2005
Consternados com o tratamento dado a um cidadão sueco
prisioneiro na base militar americana de Guantánamo, os
realizadores levam a cabo uma investigação nunca
antes conseguida. Com acesso a documentos militares secretos
e a testemunhos inéditos de antigos prisioneiros, revelam
o que se passa dentro da mais famosa prisão do mundo,
nomeadamente as condições extremas a que os prisioneiros
estão sujeitos e as práticas de tortura que, em
nome do combate ao terrorismo, lhes são infligidas.
21.00 Grande Auditório
A Sunday in Pripyat [CI]
de Blandine Huk e Frederic Cousseau | 27' França 2006
The Fisherman and the Dancing Girl [CI]
de Valeri Solomin | 54' Rússia 2005
Regresso a Pripyat, uma cidade modelo
construída no início
dos anos 70, 20 anos decorridos sobre o acidente na estação
nuclear de Chernobil. "The Fisherman and the Dancing" decorre
nos confins da Sibéria. Natália, Yuri e os filhos
ouvem a tempestade soprar do lado de fora da pequena estação
meteorológica de que estão encarregados. Natália
só tem uma censura a fazer ao marido: à valsa,
ele prefere a pesca sobre o gelo ou nos turbilhões do
rio. Um documentário poético e expressivo
em que paisagem e personagens se confundem.
23.00 Pequeno Auditório
The Emperor's Naked Army Marches On [J]
de Kazuo Hara | Japão, 1987, cor, som, 122', 16mm
Um dos documentários mais polémicos sobre a história
do Japão e as memórias da guerra. Okuzaki Kenzo,
antigo combatente na Nova Guiné, atacou o imperador do
Japão com uma pistola artesanal tornando-se no primeiro
japonês a responsabilizá-lo publicamente por crimes
de guerra cometidos na II Guerra Mundial. Okuzaki inicia uma
cruzada solitária de acusação ao Imperador
Hirohito. Hara, como realizador e operador de câmara, segue
a vida peculiar de Okuzaki Perante os factos revelados
e as suas verdadeiras razões, o realizador regista as
alterações no comportamento de Okuzaki que, consciente
da sua imagem filmada e das consequências dos seus actos,
radicaliza começando a procurar estratégias de
manipulação da realidade.
23.00 Grande Auditório
Oxalá Cresçam
Pitangas [I]
de Kiluange Liberdade e Ondajki | 60' Portugal 2006
Um filme em Angola, sobre Luanda. Angola,
30 anos de Independência,
três anos de paz. Capital, Luanda. Cidade construída
para 600.000 habitantes. Actualmente com quatro milhões.
Cruzamento de várias realidades e gente de todas as províncias.
Elo de ligação com o resto do mundo. A vida desta
cidade são as pessoas. Que pessoas? Através
de 10 personagens, mostram-se formas diferentes de viver
e interpretar a cidade.
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DomINGO, 22
14.30 Pequeno Auditório
Bait (House) [AG]
de Amos Gitai | 51' Israel 1980
"Bait" é o primeiro capítulo da história de
uma casa em Jerusalém Ocidental seguida por Amos Gitai ao longo de três
filmes e de 25 anos: abandonada durante a guerra de 1948 pelo seu proprietário,
um médico palestino; requisitada pelo governo israelita como "vaga";
adquirida por um professor universitário que leva a cabo a sua transformação
como uma vila... O edifício é como um teatro em que os antigos
residentes, os vizinhos, os trabalhadores, o construtor e o novo proprietário,
todos aparecem. A televisão Israelita censurou o filme.
14.30 Grande Auditório
China Blue [I]
de Micha X. Peled | 87' EUA 2005
Um impressionante documento sobre os "efeitos secundários" da
globalização, vista através do árduo
quotidiano de jovens trabalhadoras de uma fábrica de calças
de ganga na China. As condições de trabalho que
Jasmine e as suas colegas adolescentes estão sujeitas
no dia-a-dia desrespeitam todas as normas laborais internacionais.
O que é ainda mais agravado quando o proprietário
da fábrica fecha um importante negócio com um cliente
ocidental e começa a exigir horas extraordinárias às
trabalhadoras para cumprir a encomenda.
16.30 Pequeno Auditório
Kz [I]
de Rex Bloomstein | 98' Reino Unido 2005
As visitas guiadas de turistas e de jovens
estudantes a um antigo campo de concentração nazi situado perto da pacata
cidade austríaca de Mauthausen. No confronto entre as
atrocidades ali cometidas no passado que vão sendo relatadas
pelos guias e a normalidade presente de uma visita turística
pressente-se, com um arrepio, a progressiva banalização
do mal que permitiu o Holocausto.
16.30 Grande Auditório
Pintura Habitada [P]
de Joana Ascensão | 52' Portugal 2006
Documentário sobre o trabalho de Helena Almeida, artista
plástica que, desde o final dos anos 60, tem desenvolvido
uma obra na qual explora os limites dos diferentes meios que
utiliza, sejam eles a pintura, o desenho, a fotografia ou o vídeo.
O filme centra-se nas várias fases e elementos envolvidos
no elaborado processo criativo através do qual Helena
Almeida constrói as suas obras, colocando em cena o próprio
corpo.
18.30 Pequeno Auditório
Les Malles [T]
de Samba Félix Ndiaye | 13' França 1989
Salesman [T]
dos irmãos Maysles e Charlotte Zwerin | 90' Estados Unidos
1968
Um clássico do cinema vérité, "Salesman" segue
quatro vendedores de Bíblias porta-a-porta, enquanto percorrem
a linha que vai do entusiasmo ao desespero. Paul "O Chato" Brennan,
Charles "O Atleta" McDevitt, James "O Coelho" Baker,
and Raymond "O Touro" Martos, assim chamados pelos
seus estilos de venda particulares. Primeiro mostra-os a trabalhar
em Boston e arredores, onde a companhia está sedeada,
depois em Chicago numa conferência de vendedores e por
fim no novo "território" prometido de Miami
e áreas circundantes. A missão é simples:
convencer as pessoas a comprar. Em "Les Malles", filmado
no Senegal, um grupo de amigos recupera bidões metálicos
destinados ao transporte de alcatrão. Depois de limpos
em grandes fogueiras, desfazem-nos, cortando placas de metal
que servirão para fabricar malas que, uma vez pintadas
e decoradas, estão prontas para serem vendidas.
18.30 Grande Auditório
Logo Existo [P]
de Graça Castanheira | 52' Portugal 2006
"Logo Existo" exclui intencionalmente a primeira palavra da expressão "Penso,
logo existo". O estudo da mente tem sido, ao longo dos últimos
séculos, relegado para a religião e a filosofia. No entanto,
nas últimas décadas, a neurobiologia rasgou horizontes neste
campo. "Este filme é sobre a procura de uma palavra que substitua
este pensar cartesiano que há já três séculos definiu
conceitos em torno da identidade humana sem nos fazer felizes" (Graça
Castanheira).
21.00 Pequeno Auditório
Fragments sur la Grâce [SE]
de Vincent Dieutre | 101' França 2006
Vincent Dieutre (realizador de "Leçon des Ténèbres" e
de "Mon Voyage d'Hiver") empreende um inquérito
sobre as questões teológicas que marcaram o século
XVII francês. O cineasta mergulha no universo incandescente
de Port-Royal e da doutrina jansenista através da leitura
de textos barrocos (entre os leitores encontramos Mireille Perrier,
Eva Trufffaut e Matthieu Amalric), de visitas aos locais históricos
do jansenismo e de conversas com historiadores e teólogos,
levando o filme até aos limites da questão sem
resposta sobre que coisa é a Graça.
21.00 Grande Auditório
The Seeds [CI]
de Wojciech Kasperski | 28' Polónia 2006
Elogio ao 1/2 [CI]
de Pedro Sena Nunes | 70' Portugal 2005
Em "The Seeds", uma família pobre e rejeitada
pela comunidade isolada onde vive carrega o peso de traumas passado. "Elogio
ao 1/2" decorre na Meia-Praia, nome e terra dos "índios" que,
vindos de Monte Gordo, espontaneamente construíram as
suas cabanas de refúgio. Com o 25 de Abril de 1974 foi
desenvolvido um plano arquitectónico com o objectivo de
requalificar o conjunto de barracas feitas de junco, transformando-as
em casas construídas pelos próprios habitantes.
Muitas das promessas políticas feitas há 30 anos
continuam por cumprir. Como será viver hoje na Meia-Praia?
23.00 Pequeno Auditório
Wadi Grand Canyon [AG]
de Amos Gitai | 90' Israel/França 2001
Vinte anos depois do seu primeiro Wadi, Amos
Gitai volta pela terceira vez a Wadi Rushmia. O local foi quase
inteiramente destruído
por promotores imobiliários. Yussef e a sua mulher, guardas
do local e da sua história, ainda aí vivem... "Wadi
Grand Canyon" é composto por três filmes rodados
em 1981, 1991 e 2001 em Wadi Rushmia.
23.00 Grande Auditório
Tweety Lovely Superstar [CI]
de Emmanuel Gras | 18' França 2005
Tierra Negra [CI]
de Ricardo Iscar Alvarez | 90' Espanha 2005
"Tierra Negra" é uma observação global (que
inclui aspectos sociais, geográficos, geológicos e humanos) do
vale mineiro de Lumajo, na província espanhola de Leão. Mas,
partindo dessa localização tão específica, o que
se pretende é analisar e descobrir, de forma simultaneamente científica
e poética, os mecanismos que regem a vida de qualquer comunidade. Em "Tweety
Lovely Superstar", a curta metragem que abre a sessão, quatro homens
e uma criança destroem, sem grandes ferramentas e quase
tijolo a tijolo, uma casa em Beirute.
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SegUNDA, 23
11.00 Pequeno Auditório
Sisters in Law [I]
de Kim Longinotto e Florence Ayisi | 106' Reino Unido 2005
Em "Sisters in Law" encontramos duas mulheres camaronesas
que tentam levar o estabelecimento da justiça, através
do exercício da lei, num contexto marcado pela tradição
de abuso e de violência sobre os mais fracos. As vítimas
são quase sempre mulheres e crianças. No filme,
seguimos algumas dessas vítimas quando encontram quem
defenda os seus direitos na pessoa destas duas advogadas e nas
suas corajosa actividades nas ruas, nos tribunais e nas prisões.
Grande Prémio do IDFA 2005.
14.30 Pequeno Auditório
Une Maison à Jerusalém
[AG]
de Amos Gitai | 87' França/Itália 1998
Dezoito anos depois de "Bait", Amos Gitai regressa
ao cenário do seu primeiro filme para observar as mudanças
na nova residência e na vizinhança. O realizador
trabalha como um arqueólogo, revelando, em múltiplas
camadas, um complexo labirinto de destinos.
16.30 Pequeno Auditório
Mysterion [SE]
de Pirjo Honkasalo | 90' Finlândia 1991
Primeiro filme de um tríptico sobre questões religiosas
que Pirjo Honkasalo baptizou de Trilogia do Sagrado e do Demónio. "Mysterion" é filmado
num convento na Estónia. A cineasta finlandesa procura
perceber como seis dezenas de jovens religiosas ortodoxas, na
sua maioria de origem russa e educadas no comunismo, vivem a
sua fé e se relacionam com um mundo em mudança.
Uma reflexão sobre a modernidade e a espiritualidade.
18.30 Pequeno Auditório
Living on the River Agano [J]
de Makoto Satô | 115' Japão 1992
O rio Agano é o nono maior do Japão com uma extensão
de 210 km. A água cai das montanhas numa das mais altas
quedas de água do mundo. Como tem água abundante
e corre de forma estável todo o ano, tem uma dignidade
invulgar relativamente a outros rios japoneses. A água
foi, no entanto, contaminada por uma descarga de mercúrio
no rio feita pela Showa Electric Company. Vivendo numa casa alugada
nas montanhas junto ao Agano, uma equipa de sete pessoas liderada
por Makoto Satô passou quatro anos, de 1988 a 1992, a registar
a relação de proximidade que ironicamente os conduziu à doença.
18.30 Grande Auditório
Excursão [P]
de Leonor Noivo | 25' Portugal 2006
Cartas a uma Ditadura [P]
de Inês Medeiros | 60' Portugal 2006
O documentário de Inês Medeiros visita memórias
dos anos do salazarismo, dando a palavra a mulheres de diferentes
extractos sociais que, com maior ou menor receptividade, tinham
sido contactadas para manifestar o seu apoio a Salazar a pretexto
da primeira crise que abalou a ditadura, a campanha do General
Humberto Delgado. A abrir a sessão, a curta metragem "Excursão".
Estava prometido um dia fantástico de diversão
numa excursão de autocarro que nos levaria a visitar o
país. A viagem, para maiores de 25 anos, incluía
também um delicioso almoço, um lanche, ofertas,
brindes e uma "demonstração de artigos para
o lar e saúde". Imperdível, dizia no folheto.
21.00 Pequeno Auditório
El Comité [I]
de Mateo Herrera | 93' Equador 2005
Uma reportagem sobre as degradantes condições de
vida na principal prisão de Quito, Equador, acaba por
transformar-se no impressionante relato do motim levado a cabo
por um grupo prisioneiros que, tomando o controlo do edifício
sem recorrer à violência, parecem determinados a
exigir um tratamento mais humano por parte das autoridades policiais
e do governo. As conversações entre prisioneiros
e responsáveis revelam um sistema que se há muito
alheou completamento do destino daqueles homens.
21.00 Grande Auditório
Things [CI]
de Martha Hrubá | 18' República Checa 2005
As the Sun Begins to Set [CI]
de Julie Moggan | 58' Reino Unido 2005
O Queen Elizabeth II já não é o que era.
Noutros tempos, um cruzeiro a bordo deste paquete era um privilégio
ao alcance de muito poucos. Agora, reformados ingleses da classe
média cumprem o sonho de uma vida fazendo nele uma viagem. "As
the Sun Begins to Set" lança um olhar bem-humorado
e caloroso sobre alguns desses passageiros. A observação
dos seus tipos sociais serve de pretexto para contar uma história
agridoce sobre as ilusões da vida e a aproximação
da morte. Em "Things", a curta metragem que inicia
a sessão, há duas mulheres com hábitos e
filosofias de vida distintas. Uma guarda apenas as coisas de
que ainda faz uso, enquanto a outra tenta encontrar usos para
objectos que outros deitaram fora.
23.00 Pequeno Auditório
Makom, Avoda [T]
de Nurith Aviv | 81' Israel 1998
Nosotros, los de Allá [T]
de Anna Klara Åhrén, Anna Weitz et Charlotta Copcutt
| 46' Suécia/Bolívia/Chile 2005
"Nosotros los de Allá" vai até às minas de Potosi
na Bolívia, onde o turista pode contemplar o trabalho de mineiros autênticos.
A agência local e o guia Lonely Planet não exageravam: as condições
de trabalho não mudaram muito desde a época colonial e o "espectáculo" vale
bem a visita. "Makom, Avoda" acompanha a história de vinte
e cinco famílias israelitas que, em 1981, tinham fundado uma aldeia
agrícola cooperativa na proximidade da grande cidade palestiniana Beth
Awah. No início os habitantes da cooperativa trabalhavam as próprias
terras mas rapidamente apelaram aos jovens da cidade vizinha. Em 1988, no início
da Intifada, um dos membros da aldeia é assassinado sem nunca se ter
descoberto a identidade dos assassinos. A partir desse momento, de resto como
em todo o país, decidiu-se substituir os trabalhadores até aí todos
palestinianos por mão-de-obra estrangeira, nomeadamente
tailandesa.
23.00 Grande Auditório
Gagarin's Pioneers [CI]
de Vitali Manskij | 100' Alemanha/Rússia 2005
Alguns jovens Pioneiros de Gagarin traíram a pátria
quando, aos dez anos, trocaram, juntamente com os seus pais,
a União Soviética por Israel. Outros fizeram como
o realizador, mudando de nome e apagando os traços da
sua história familiar judia. Os que saíram desapareceram
num universo paralelo de que não deram notícias
durante mais de 30 anos. Partindo de uma velha fotografia quando,
em criança, integrava os Pioneiros, Manskij procura um
por um os seus antigos companheiros (em Israel, nos Estados Unidos,
no Canadá, na Ucrânia) e confronta-se com o tempo
que passou nas vidas de cada um e na história do seu país.topo
terēa, 24
11.00 Pequeno Auditório
A2 [J]
de Mori Tatsuya | 131' Japão 2002
Outubro, 1999. Mori Tatsuya pega na câmara quase dois anos depois de completar
A, a sua investigação sobre o fenómeno Aum. Nessa altura,
o culto religioso Aum (agora conhecido como Aleph) tinha-se estabelecido em vários
centros em diferentes partes do Japão e continuado as suas actividades.
O mundo descrito neste filme - de crença, dos vizinhos, da polícia,
dos nacionalistas de direita, dos mass media e do espaço estranhamente
partilhado que construíram entre si - tem poucas semelhanças com
aquele que é reconhecido pela maioria dos japoneses. Enquanto a televisão
continua a apresentar a equação Aum igual a inimigos do povo, este
filme apresenta outro Japão.
14.30 Pequeno Auditório
Der Kick [I]
de Andres Veiel | 82' Alemanha 2006
Em 2002, três adolescentes alemães mataram um amigo
depois de o terem torturado durante várias horas. Apesar
de haver várias testemunhas e provas, o crime só foi
esclarecido vários meses depois. O realizador Andres Veiel
viajou até à cidade, entrevistou familiares e amigos
dos assassinos e da vítima e analisou as motivações
de extrema-direita que estiveram por trás do crime. A
partir daí escreveu uma peça para apenas dois actores
(que interpretam todos os papéis) e acabou por adaptá-la
ao cinema mantendo essa matriz teatral, numa resposta à verdade
unidimensional que os media veicularam sobre este caso.
16.30 Pequeno Auditório
Without Memory [J]
de Hirokazu Koreeda | 84' Japão 1994-1996
Ainda que Koreeda seja mais conhecido pelo
seu trabalho no cinema de ficção (dele vimos em Portugal recentemente "Ninguém
Sabe"), foi no documentário que assinou alguns dos
seus primeiros e mais importantes trabalhos. É o caso
deste "Without Memory", em que acompanha alguns doentes
sofrendo de encefalopatia de Wernicke, uma desordem do cérebro
causada por falta de vitaminas que resulta na perda da memória
de curto termo. Hiroshi Sekine foi hospitalizado em 1992 e durante
cinco semanas foi alimentado a glucose, o que privou o seu corpo
de vitaminas. Foi afectado pela doença e tem desde então
lutado para viver dignamente. O filme é um protesto contra
a negligência médica e a inércia burocrática.
16.30 Grande Auditório
Sombras do Passado [P]
de José Manuel Fernandes | 59' Portugal 2006
A primeira obra de José Manuel Fernandes, um trabalho
realizado no âmbito do curso de cinema da Universidade
Lusófona, é um percurso ao longo do espaço
decadente da Mina de S. Domingos, percorrido por habitantes da
região que viram as suas vidas alteradas de alguma forma
devido à implementação da indústria
mineira nesta região.
18.30 Pequeno Auditório
Wittstock, Wittstock [T]
de Volker Koepp | 117' Alemanha 1997
Três mulheres da Alemanha de Leste passam cerca de vinte
anos das suas vidas a trabalhar numa fábrica de têxteis
em Wittstock e vêem-se sem trabalho logo após a
queda do Muro de Berlim em 1990. Este documentário provocador
conta as suas histórias trágicas. Começado
em 1974 e finalizado em 1996, revela um olhar crítico
sobre o "outro lado" da reunificação
alemã. O filme segue a vida destas mulheres desde a década
de 70 através das crescentes dificuldades que regulam
as suas vidas e a sua permanente busca de emprego e estabilidade
desde a crise que lhes foi imposta pelas mudanças politicas.
18.30 Grande Auditório
Don Bosco's Boys' Home [P]
de Manuel Monteiro Grilo | 47' Portugal 2006
Pátria Incerta [P]
de Inês Gonçalves e Vasco Pimentel | 52' Portugal
2006
"Pátria Incerta" olha para um aspecto da colonização
de que nunca ninguém fala: o génio que o povo colonizado revela
ao produzir uma síntese civilizacional própria. Durante 450 anos,
Goa fez parte do império colonial português, de costas voltadas
para o resto da Índia. Nos primeiros 60 anos da ocupação,
metade da população (intensamente culta, intensamente estruturada,
intensamente hindu) foi forçada a converter-se à religião
católica. Tal como o clima húmido de Goa dificulta o sarar das
feridas, também o passado parece não conseguir cicatrizar. A
memória da cultura portuguesa sobrevive em Goa e revela-se à vitalidade
da cultura hindu, nunca enfraquecida, presente por toda a parte - até nos
católicos goeses, descendentes de hindus convertidos. "Don Bosco's
Boys' Home" tem lugar num pequeno orfanato no Sri Lanka, onde convivem
cerca de 100 rapazes. Aqui as crianças garantem a sua sobrevivência
através do trabalho na agricultura; resta pouco tempo para lazer e educação.
O orfanato não tem capacidade para dar abrigo à totalidade dos
rapazes, mas a construção de um novo dormitório promete
melhorar as condições de vida. Nesta viagem pela infância
perdida, uma tradutora, Felícia, protege as crianças das perguntas
mais difíceis, e revela-se uma mãe sozinha que sacrificou a vida
pelo filho.
21.00 Pequeno Auditório
Embracing [J]
de Naomi Kawase | 40' Japão 1992
Katatsumori [J]
de Naomi Kawase | 40' Japão 1994
Dividindo o seu trabalho entre o terreno
do documentário
e o da ficção, a realizadora Naomi Kawase é um
dos nomes mais importantes do cinema japonês contemporâneo.
Os seus documentários são quase sempre diários
filmados (de resto também nas suas ficções
se encontram bastantes elementos auto-biográficos). Os
dois filmes desta sessão são exemplares do seu
método e das questões complexas que acompanham
a auto-representação (dos quais filmar a intimidade
sem voyeurismo não será a menos importante) e acompanham
a saga de uma cineasta na busca da sua identidade. Em "Embracing",
Kawase procura o pai que nunca conheceu; "Katatsumori" é o
retrato terno e complexo da tia-avó que a criou.
21.00 Grande Auditório
Brava Dança [SE]
de José Pinheiro e Jorge Pires | 75' Portugal 2006
Revisitar a história do grupo Heróis do Mar para
analisar o confronto entre as imagens de um Portugal antigo e
de um Portugal moderno. As ideias, os ideais e as dinâmicas
em jogo na música popular portuguesa da década
de 80 e a sua posição no contexto europeu, pela
voz dos músicos e não-músicos que se envolveram
na fabricação dessa trama conceptual. Um documentário
que toma por nexo as relações entre a música
popular, a política e a sociedade portuguesas, e a imagem
que o país fazia - e faz - de si mesmo.
23.00 Pequeno Auditório
Memories of Agano [J]
de Makoto Satô | 57' Japão 2004
Dez anos depois de ter filmado "Living on the River Agano",
Makoto Satô voltou a Niigata e revisitou as paisagens retratadas
no primeiro filme e agora na sua maioria desertas. O resultado é um
poema fantasmagórico sobre a ausência e o poder
da imagem e do som como forma de ressuscitar o passado.
23.00 Grande Auditório
Impending Doom [CI]
de Edgar Pêra | 8' Portugal 2006
Arcana [CI]
de Cristobal Vicente | 96' Chile 2005
"Arcana" é um registo sobre o último ano de funcionamento
de velha prisão de Valparaiso, no Chile, e que foi encerrada em 1999. É uma
homenagem à prisão e aos valores dos homens que nela viveram
ao longo dos 150 anos da sua história. "Impending Doom" foi
filmado em super8 e é um testemunho visual e uma interpretação
sónica de duas cerimónias de comunhão que tiveram lugar
em Roma e em Lisboa em 2005: os funerais do Papa João Paulo II e de Álvaro
Cunhal. Apesar de terem crenças e ideologias diferentes, as duas comunidades
partilharam uma sensação de dor, mágoa
e paz num mundo em guerra.
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QuaRTA, 25
11.00 Pequeno Auditório
Surfarara [T]
de Vittorio De Seta | 10' Itália 1995
Harlan County [T]
de Barbara Kopple | 103' EUA 1976
As minas de enxofre fazem parte dos vastos
descampados da Sicília
central. Poucas estruturas testemunham no exterior a batalha
negra e a tragédia invisível que acontece nas entranhas
da terra. Aí, em baixo, como nos campos ou nos mares,
tem lugar o imenso e nobre drama do trabalho humano, captado
em "Surfarara" pelo grande documentarista italiano
Vittorio De Seta. O filme de Barbara Kopple documenta sem concessões
uma greve mineira numa pequena aldeia do Kentucky. Com um acesso
sem precedentes à lutas dos mineiros, Kopple e a sua equipa
capturaram os confrontos, por vezes violentos, com os fura-greves,
a polícia local e o patronato. Com uma banda sonora assombrosa,
que conta com a participação de artistas country
e bluegrass, o filme é o registo de uma luta de treze
meses entre uma comunidade que luta para sobreviver e uma grande
empresa empenhada em ir até ao fim.
11.00 Grande Auditório
Masterclass Makoto Satô [J]
Integrando a programação este ano dedicada ao documentário
japonês contemporâneo, o doclisboa apresenta uma
masterclass de Makoto Satô. É uma oportunidade rara
de ouvir um dos seus mais ilustres e influentes cineastas (mas
não só, Satô é também professor
e historiador de documentário) falar do seu trabalho,
da sua filiação na tradição do documentário
japonês socialmente empenhado (como se percebe nos seus
dois filmes exibidos no programa: "Living on the River Agano" e "Memories
of Agano") e da situação actual do documentário
no seu país, de que ele traça um retrato algo crítico.
14.30 Pequeno Auditório
Tanjuska and the Seven Devils [SE]
de Pirjo Honkasalo | 80' Finlândia 1993
Tanjuska é uma estudante bielorrussa de doze anos, que
a partir dos dez anos deixou de se alimentar, de falar e finalmente
de crescer. Vive com o seu pai numa comunidade religiosa da Estónia.
O padre local e a família acreditam que a rapariga está possuída
e rejeitam a explicação médica que lhes é dada,
a de que Tanjuska sofre de esquizofrenia.
16.30 Pequeno Auditório
The Cheese & The Worms [J]
de Kato Haruyo | 98' Japão 2005
A realizadora vive numa cidade rural com
a mãe doente
e uma avó idosa. O irmão, a cunhada e os seus filhos
pequenos vivem perto de si. Reúnem-se para seguirem a
luta da mãe contra a doença e para cuidarem dela
com o calor do amor familiar. Perante a realidade da morte iminente
da mãe, a realizadora mantém a distância
do seu objecto sem cair no sentimentalismo e tenta tirar um duro
retrato da vida e da morte, preservando a fragilidade de cada
momento de verdade e captando um lento mas firme e misterioso
amor pela vida por trás das imagens.
18.30 Pequeno Auditório
Enntuziasm: Sinfonia Dombassa [T]
de Dziga Vertov | 68' URSS 1930
Six Fois Deux- Episódio 1a Y'a
personne [T]
de Jean-Luc Godard e Anne-Marie Miéville | 58' França
1976
"Entuziasm" é um filme realizado para mostrar o esforço
dos mineiros da Dom para cumprir em quatro anos a sua parte do Plano Quinquenal
e representou para Vertov o desafio da utilização do som, a que
recorreu de modo tão dinâmico equivalente ao uso que fez da imagem
nos seus filmes mudos. "Apreender a realidade febril da Bacia de Dom,
reproduzir de forma o mais fiel possível a sua atmosfera dos martelos
que batem, dos apitos dos comboios, das canções dos operários
que descansam - foi esse o meu objectivo.", afirmou. A sua abordagem inovadora
encontrou um fã em Charles Chaplin que escreveu: "Nunca teria acreditado
que fosse possível orquestrar ruídos mecânicos para criar
tal beleza. Uma das mais soberbas sinfonias que já conheci. Dziga Vertov é um
músico." A televisão tornou-se rapidamente para Jean-Luc
Godard e Anne-Marie Mièville ocasião para um projecto de grande
envergadura: adoptando o dispositivo para melhor denunciar o seu conteúdo,
realizam em Grenoble, em 1975-1976, Six foi deux / Sur et sous la communication,
uma série de seis programas de cem minutos, cada um subdividido em duas
emissões de cinquenta minutos para poderem ser difundidos mais facilmente.
A série de emissões, que veremos aqui apenas o primeiro episódio, é uma
reflexão sobre os meios de comunicação, denunciando "aqueles
que asfixiam a verdade", para propôr em contrapartida uma televisão
diferente, mais próxima das realidades sociais e mais crítica.
18.30 Grande Auditório
O Casino [P]
de Hugo Maia | 13' Portugal 2006
À Espera da Europa [P]
de Christine Reeh | 58' Portugal 2006
A jovem Vânia que protagoniza "À Espera da
Europa" veio da Bulgária para viver em Portugal à procura
da sua independência e de realizar o sonho de uma vida
melhor. Passa por medos e esperanças, enquanto tenta encontrar
respostas para as grandes decisões da vida. Quando começa
a viver em Espanha apercebe-se de repente do seu isolamento e
que se encontra num ciclo típico de dependência.
Este filme é sobre a emigração de uma perspectiva
feminina. É sobre crescer e adiar a vida ... enquanto
se espera que um dia as utopias da Europa se realizem. A curta
metragem que abre a sessão segue a inauguração
do Casino de Lisboa, numa cerimónia onde afluíram
populares e convidados VIP, os primeiros assistindo na via pública
ao que se passa e os segundos convivendo numa enorme tenda montada
para o efeito; mas ambos esperando o momento em que o casino
abrirá as suas portas.
21.00 Pequeno Auditório
Ears Open. Eyeballs Click [I]
de Canaan Brumley | 95' EUA 2005
O filme de Canaan Brumley é uma imersão completa
e brutal no universo da recruta, tal como é praticada
no corpo de elite dos marines dos Estados Unidos. A espaços
diíficil de suportar dada a permanente exibição
da violência física e mental a que estão
sujeitos os recrutas durante o treino militar, é um retrato
da instituição militar que tem menos a ver com
o "Basic Training" de Frederick Wiseman do que com
a primeira parte de "Full Metal Jacket" de Stanley
Kubrick. E depois de vê-lo não podemos deixar de
encontrar em todo o processo parte da explicação
para os abusos e humilhações cometidos pelos mesmos
militares que aqui vimos em Abu Ghraib e Guantánamo.
21.00 Grande Auditório
Cigaretta Mon Amour [CI]
de Rosa Hannah Ziegler | 6' Alemanha 2006
La Consultation [CI]
de Héléne de Crécy | 91' França
2005
Seguindo o dia-a-dia de um médico de clínica geral
no seu consultório, "La Consultation" é uma
investigação sobre as práticas médicas.
Dentro das quatro paredes do consultório do doutor Luc
Perino, os pacientes expôem as suas dores e alegrias: uma
gripe, um nascimento, o alcoolismo ou a depressão por
causa do trabalho ou da vida. Assistimos às consultas
médicas e percebemos que para cada pessoa há um
diagnóstico e que as histórias de vida são
paralelas às dores. O doutor Perino não aprovaria
certamente o tabagismo inveterado, mas muito cool, do protagonista
de "Cigaretta Mon Amour", a brevíssima curta
que abre a sessão.
23.00 Pequeno Auditório
Letter from a Yellow Cherry Blossom [J]
de Naomi Kawase | Japão, 2002, cor, som, 65', Vídeo
Os últimos dias de Nishii Kazuo, crítico de fotografia
e personagem essencial do mundo da fotografia no Japão.
Nisshi a quem sobravam apenas alguns meses de vida devido a uma
doença terminal, pediu a Naomi Kawase para que o filmasse,
pedido a que acedeu, iniciando uma série de visitas regulares.
Kawase regista as suas conversas e a dificuldade crescente de
Nishii para responder e reagir. Nishii tem igualmente uma câmara
na mão e filma Kawase enquanto é filmado. A troca
entre os dois provoca "uma memória do tempo partilhado" que
perdura.
23.00 Grande Auditório
Babooska [CI]
de Rainer Frimmel e Tizza Covi | 100' Áustria/Itália
2005
"Babooska" relata a luta diária pela sobrevivência de
uma das últimas formas de vida nómada na Itália actual.
Durante um ano, os realizadores seguem a jovem Babooska, uma artista que viaja
pelo país com o seu pequeno circo familiar. É um olhar cheio
de empatia - e sem os habituais clichés, comentário ou entrevistas
- sobre um microcosmos que resiste nas margens da sociedade.
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QuINTA, 26
11.00 Pequeno Auditório
Les yeux ne veulent pas en tout temps se fermer ou peut-être qu'un jour
rome se permettra de choisir à son tour (Othon) [FR]
de Jean-Marie Straub e Danièle Huillet | 88' Alemanha/Itália
1969
Em 1968/69, Jean-Marie Straub e Danièle Huillet abandonaram a Alemanha
para se instalarem em Itália. Aí, em Roma, realizaram o seu filme
Othon, baseado na peça do dramaturgo francês Pierre Corneille, escrita
em 1664. É uma peça sobre o amor e o poder, o privado e o público,
as intrigas da politica e a defesa da res publica. Marguerite Duras, fascinada
pelo filme, escreveu: "Straub catapultou Corneille para o presente. Devolveu à tragédia
o seu significado subversivo, impulsionando os seu processo regenerativo e a
ressurreição com este trabalho brilhante." Para além
disso, o filme liberta Corneille dos constrangimentos do palco devolvendo-o aos
céus magníficos de Roma com um elenco de actores excepcional.
14.30 Pequeno Auditório
Kya Ra Ka Ba A [J]
de Naomi Kawase | 50' Japão 2001
Tarachime [J]
de Naomi Kawase | França / Japão, 2006, cor, som,
43', Beta digital PAL
Em Kya Ra Ka Ba A, que com "Embracing" e "Katatsumori" constitui
um ciclo definido de filmes sobre a ausência do pai, Kawase
cruza o documentário e a ficção recorrendo
ao seu corpo como forma de preencher o vazio deixado pela figura
paterna. "Tarachime" começa em 24 de Abril de
2004, quando Naomi Kawase teve um filho, Mitsuki. De acordo com
a tradição japonesa, deu à luz num tapete
tatami, assistida por uma parteira e rodeada por toda a família.
Assim que o cordão umbilical foi cortado, pegou na câmara
para começar a filmar a sua criança e a sua avó de
noventa e dois anos. Com este docu-diário emocionalmente
contagiante, a realizadora continua a reflectir o mundo que a
rodeia, as suas origens e o seu futuro. Apesar de inicialmente
querer descrever apenas a vida que carregou durante nove meses,
Naomi Kawase estendeu eventualmente o seu filme à interacção
de Mitsuki com aqueles que a rodeiam. Deliberadamente cortando
com qualquer noção de linearidade temporal, cria
com gentileza mas igualmente com alguma dureza e violência,
um movimento pendular entre momentos e sentimentos passados e
presentes.
16.30 Pequeno Auditório
Masterclass EDN com Adrian Wood [SE]
Aproveitando a realização simultânea na Culturgest
do doclisboa e do Lisbon Docs, a European Documentary Network
(EDN) e a Apordoc organizam uma masterclass com a participação
de Adrian Wood, intitulada "Hidden Treasure: the Wonders
of Archives". Adrian Wood tem desenvolvido no Reino Unido
uma profícua actividade como autor de vários documentários
que utilizam imagens de arquivo. Nesta masterclass falará sobre
a especificidade do seu trabalho e das potencialidades do documentário
histórico dada a riqueza dos principais arquivos fílmicos
europeus, os quais conhece em profundidade.
18.30 Pequeno Auditório
Numéro Zéro [FR]
de Jean Eustache | 110' França 1971
Lembro-me de caminhar em Paris, de Montparnasse
ao bairro XVIII, de caminhar a pensar, como numa caminhada que
trouxesse o tempo de volta. Quando cheguei a casa, a minha avó falou-me
durante muito tempo. Tive a impressão de que me
falava de coisas importantes. Quando lhe disse: "Mas, escuta,
temos de registar tudo isso", ela respondeu: "Mas enfim,
são coisas que não são bonitas". "Isso
não me interessa", respondi, "é preciso
registar as coisas, bonitas ou não, elas são importantes,
elas são grandes." Arranjei algum dinheiro para comprar
película a preto e branco 16, aluguei duas câmaras,
pedia Théaudière que cuidasse delas e a Jean-Pierre
Ruh que fizesse o som. E o tempo do filme, foi o tempo da película,
as duas câmaras a funcionar alternadas, de seguida, sem
corte. O filme era assim a história da película,
do início até ao fim. Ao mesmo tempo, como era
cineasta de profissão, era um filme de um cineasta profissional
e um filme de família, um filme amador em 8mm rodado na
praia.
18.30 Grande Auditório
Onze Burros Caem no Estômago Vazio
[P]
de Tiago Pereira | 28' Portugal 2006
Cantai Cantigas [P]
de Cláudia Tomás | 50' Portugal 2006
No planalto mirandês, Tiago Pereira encontrou histórias
de burros e cantigas. "Uma espécie de surrealismo
popular sobre como as pessoas vivem no norte de Portugal, a sua
relação com burros e a forma como vivem com isso.
São tão musicais que é possível manipular
sem nunca perder a sua essência..." (Tiago Pereira).
Em "Cantai Cantigas" também estamos em Trás-os
Montes. Duas viagens, Verão e Inverno, à procura
de pessoas e cantigas. Bruno, oito anos, canta com as cassetes.
Deolinda guarda as vacas e mostra-nos o cemitério da aldeia
que "tem muito que ver". Ti Ana, 90 anos, canta cantigas
ao lume. Histórias trágicas que lembram Shakespeare.
21.00 Pequeno Auditório
British Sounds [T]
de Jean-Luc Godard e Jean-Henri Roger | 97' Reino Unido 1969
Humain Trop Humain [T]
de Louis Malle | 75' França 1970
Sobre planos de uma fábrica em cadeia, de uma reunião
sindical, de uma mulher nua, de estudantes -dissociação
som / imagem, polifonias, comentários sussurrados que
relembram os acontecimentos revolucionários que tiveram
lugar no Reino Unido. O filme, julgado muito impertinente, foi
recusado pela BBC que o tinha encomendado. "O filme é um
som que opusemos a outro som: um som revolucionário a
um som imperialista" (JLG). No início dos anos 70,
em pleno período de contestação social e
política, Louis Malle filmou a linha de montagem da nova
fábrica Citroën em Rennes. O realizador mostra grandes
planos dos rostos, restitui os sons e detém-se o tempo
suficiente para captar os gestos sem acrescentar quaisquer criticas
ou comentários. O filme é construído em
três partes: a primeira segue as diferentes etapas da produção
do automóvel; a segunda mostra as reacções
dos visitantes do Stand Citroën no Salão do Automóvel.
Na terceira parte, o realizador regressa à fábrica,
desta vez, para se fixar no trabalho de alguns trabalhadores
e operários.
21.00 Grande Auditório
Strip Tease [CI]
de Attila V. Nagy | 7' Hungria 2005
Our Daily Bread [CI]
de Nikolaus Geyrhalter | 90' Áustria 2005
Bem-vindos ao mundo da produção industrial alimentar
e à agricultura high-tech. Ao ritmo das máquinas
omnipresentes, "Our Daily Bread"apresenta, sem mais
comentários, alguns dos lugares do sistema que fornece
alimento à nossa sociedade. São espaços
monumentais, paisagens surrealistas, sons estranhos. Uma paisagem
fria e industrial que deixa pouco espaço ao indivíduo,
na qual homens e mulheres, animais e espécies vegetais,
desempenham um papel específico numa logística
complexa e já quase totalmente mecanizada. Por comparação,
podemos sentir nostalgia pela sorte dos gansos de "Strip
Tease", a curta metragem com que se inicia a sessão.
23.00 Grande Auditório
Lusofonia,
a (R)Evolução
[SE]
filme colectivo com produção da Red Bull Music
Academy | 60' Portugal 2006
Está a afirmar-se em Portugal uma geração
de músicos, produtores e DJs que, atentos às mutações
estéticas e tecnológicas na música, reivindicam
o traço distintivo herdado da cultura lusófona
de que fazem parte. Este movimento musical resume cinco séculos
de história e através dele Lisboa afirma-se com
um palco de misturas de elementos musicais que pegam na herança
lusófona: ritmos de coladeras juntos a jazz, beats de
kuduro com hip hop, reggae e crioulo. "Lusofonia, A (R)Evolução" é um
olhar sobre um momento de fervor criativo na vida da música
em Portugal.
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SEXTA, 27
11.00 Pequeno Auditório
Gambit [I]
de Sabine Gisiger | 107' Suíça 2005
Em Julho de 1976, numa fábrica de substâncias químicas perto
da cidade Italiana de Seveso, um reactor que produzia triclorofenol explode,
libertando uma grande quantidade de dioxina, substância extremamente venenosa.
Não houve baixas, mas foi evacuada uma extensa área à volta
do local e muita gente contaminada. As crianças sofreram queimaduras químicas
graves, 77 mil animais sucumbiram ou foram afectados. O engenheiro químico
Jörg Sambeth conta a sua história: nos anos 60 começou a trabalhar
com entusiasmo para a Givaudan, empresa filiada do empório Hoffmann-La
Roche. Era também supervisor da fábrica perto de Seveso. Descreve
a cultura da empresa, com a qual nunca se sentiu à vontade, mas cuja política
jamais se atreveu a criticar, nem mesmo depois da catástrofe de Seveso,
quando teve que guardar silêncio sobre a verdadeira natureza das substâncias
libertadas. Foi considerado culpado e condenado a cinco anos de prisão.
Quebra agora o silêncio e fala do trágico desastre.
14.30 Pequeno Auditório
Onde Jaz o Teu Sorriso? [FR]
de Pedro Costa | 2002 Portugal/França 104'
Enquanto Danièle Huillet e Jean-Marie Straub procedem à montagem
da terceira versão de "Sicília!", Pedro
Costa filma uma "comédia de remontagem". Por
detrás da sua paciência no trabalho, terna e violenta,
os dois cineastas revelam uma certa ideia do cinema, do seu cinema
e da sua vida conjugal, da vida conjugal, muito simplesmente.
Pedro Costa conduz-nos ao centro do seu próprio cinema,
numa viagem espácio-temporal única, oferecendo
ao espectador o presente mais perfeito: participar do interior
no acto de criação cinematográfica.
14.30 Grande Auditório
Entre Nós [SE]
filme colectivo | 30' Portugal 2006
Bien Mélanger [I]
de Nicolas Fonseca | 75' Canadá 2006
Ser estrangeiro em Portugal, ser português no estrangeiro. "Entre
Nós" é o resultado do convite para a criação
de pequenos filmes de três minutos subordinados ao tema
da imigração feito a doze cineastas nacionais (André Godinho,
Pedro Paiva, Fausto Cardoso, Tiago Afonso, Sérgio Tréfaut,
Catarina Alves Costa, José Filipe Costa, Cátia
Salgueiro, André Príncipe, Miguel Nogueira, Joana
Neves, Leonor Noivo). A encomenda partiu da organização
do Fórum Gulbenkian sobre Imigração e teve
como objectivo principal, dar a ver, através destes criadores,
o ponto de vista dos imigrantes sobre a nossa realidade. Já "Bien
Mélanger", realizado por um canadiano luso-descendente, é um
documentário sobre a identidade através da perspectiva
de jovens filhos de emigrantes, designadamente os pertencentes à comunidade
portuguesa no Canadá, sobre questões como a mundialização
e o turismo. O filme conta ainda com os depoimentos de vários
estudiosos da globalização, entre os quais encontramos
Anthony Giddens.
16.30 Pequeno Auditório
Marguerite
Telle Qu'en Elle-Meme [FR]
de Dominique Auvray | 61' França 2002
A 3 de Junho de 1991, Marguerite Duras ofereceu-me
o seu último
livro então publicado, L'amant de la Chine du Nord com
uma dedicatória que dizia: "Para a minha amiga Dominique
Auvray, na lembrança de uma maravilha entre todas: a de
um passado ainda recente: de quando trabalhávamos juntas
em cinema." Um retrato para me aproximar dela tal como era:
divertida e séria, verdadeira e provocadora, atenta e
categórica, mas acima de tudo jovem e livre. A realizadora
deste retrato foi montadora de três filmes de Duras: Baxter,
Vera Baxter (1976) , Le Camion (1977) e Le Navire Night (1979),
de filmes de Philippe Garrel, de Pedro Costa, entre outros".
16.30 Grande Auditório
Neighborhood [CI]
de Karoi Kinoshita e Allain Della Negra | 17' França 2006
Yellow Box [CI]
de Ting-fu Huang | 53' Taiwan 2006
"Yellow Box" decorre quase inteiramente no interior de uma loja envidraçada
situada em Taiwan. O trânsito circula em frente à câmara.
Os automobilistas param para comprar nozes de areca, um produto muito popular
na Ásia que acelera o ritmo cardíaco. Para melhorar as vendas
as vendedoras, que os clientes tratam por alcunhas como Honey ou Candy e que
são exibidas como peixes de aquário, adoptam trajes e gestos
alusivos a situações de prostituição. "Neigborhood" questiona
as relações entre pessoas que partilham a mesma comunidade virtual,
no caso a do jogo "The Sims", no qual encarnam vidas e personalidades
alternativas ao seu quotidiano.
18.30 Pequeno Auditório
Die Bewerbung [T]
de Harun Farocki | 58' Alemanha 1997
Ils ne Mouraient pas Tous mais Tous Étaient Frappés
[T]
de Sophie Bruneau | 80' França 2005
Farocki sobre "Die Bewerbung" (à letra, A Entrevista): "Durante
o Verão de 1996, filmámos diversos estágios
de formação em que se aprendia a colocar correctamente
uma candidatura de emprego. Filmámos desempregados de
longa duração incentivados pelo Estado a seguir
esta formação. Filmámos gerentes que, com
um salário elevado, podiam pagar a um formador privado:
tal qual os cidadãos livres na Grécia Antiga que
se iniciavam na Retórica com um escravo doméstico.
Docentes, universitários, desempregados de longa-duração,
ex-toxicodependentes, gerentes de classe média, todos
têm de aprender a oferecer-se, a vender-se em nome da auto-gestão".
Filmado em três hospitais públicos da região
parisiense, "Ils ne Mouraient pas Tous..." acompanha
o trabalho de uma psicóloga e de dois médicos que
recebem homens e mulheres doentes devido aos seus empregos. Todos
relatam o seu sofrimento no trabalho no âmbito duma entrevista.
Os três profissionais especializados escutam e diagnosticam
pouco a pouco o sofrimento individual do paciente e a sua relação
com as novas formas de organização do trabalho.
18.30 Grande Auditório
The Sky Is my Ceiling [CI]
de Keja Ho Kramer | 11' França 2006
Kinshaza Palace [CI]
de Zeka Laplaine | 75' Congo/França 2006
Em "Kinshaza Palace", filme que baralha habilmente
a fronteira entre ficção e memória para
construir uma investigação sobre uma família
espalhada por três continentes, o realizador Zeka Laplaine
põe-se no papel de Kaze, um homem que procura desesperadamente
Max, o seu irmão desaparecido. Seguindo as poucas pistas
de que dispõe, viaja para França, Congo e Portugal,
e também para o Cambodja, na esperança de resolver
o misterioso desaparecimento do irmão. "The Sky Is
my Ceiling", que abre, projecta na cidade de São
Paulo a concretização do cenário fantástico
de um conto de J.G. Ballard.
21.00 Pequeno Auditório
Los Angeles Plays Itself [FR]
de Thom Andersen | 169' EUA 2003
"Os filmes apagam o seu rasto, deixando-nos com o que querem que vejamos,
passando a outra coisa qualquer. Fazem o trabalho da nossa atenção
voluntária, de modo a que tenhamos de suprimir essa faculdade enquanto
assistimos a um. A nossa atenção involuntária torna-se
a principal. Mas e se observarmos com a nossa atenção voluntária,
em vez de nos deixarmos dirigir pelos filmes? Se podemos apreciar os documentários
pelas suas qualidades dramáticas, também podemos apreciar os
filmes de ficção pelas suas revelações documentais" (Thom
Andersen) Um ensaio cinematográfico sobre as representações
da cidade de Los Angeles no cinema, dividido em três
partes: a cidade como bastidor, como personagem e como tema.
21.00 Grande Auditório
Into
Great Silence [CI]
de Philip Gröning | 164' Alemanha 2005
A Grande Chartreuse, casa-mãe da lendária Ordem
dos Cartuxos, está localizada nos Alpes Franceses. "Into
the Great Silence" é o primeiro filme de sempre sobre
a vida no interior da Grande Chartreuse. Silêncio. Repetição.
Ritmo. O filme é uma aproximação austera à meditação
silenciosa da vida monástica em forma pura. Sem música
excepto os cânticos do mosteiro, sem entrevistas, comentário,
material adicional. Um filme sobre a consciência, a presença
do absoluto e a vida de homens que devotam as suas existências
a Deus na forma mais pura. Contemplação. Um objecto
no tempo.
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SÁBADO, 28
10.00 Pequeno Auditório
Lisbon Docs Pitching
14.30 Grande Auditório
Atman [SE]
de Pirjo Honkasalo | 1996 Finlândia/Alemanha 76’
Atman significa “alma” em sânscrito. Neste
documentário de Pirjo Honkasalo, que fecha a sua Trilogia
do Sagrado e do Demónio, seguimos um grupo de peregrinos
ao longo de uma viagem de seis mil quilómetros, desde
a foz do rio Ganges até à sua nascente no sopé dos
Himalaias. Uma viagem física e espiritual que procura
harmonizar os cenários naturais com as paisagem interiores.
16.30 Pequeno Auditório
Tout Refleurit [SE]
de Aurélien Gerbault | 80’ França 2006
Fascinado pelo bairro das Fontainhas, Pedro
Costa filma quotidianamente os habitantes deste bairro da lata.
Para o realizador, o seu trabalho e este bairro são indissociáveis. O filme
trata desta ligação indefectível, seguindo
a rodagem do seu filme “Juventude em Marcha” e sem
se restringir ao local das filmagens. O trabalho de Aurélien
Gerbaul situou-se na margem do de Pedro Costa, mais precisamente
quando o seu dia de rodagem termina.
16.30 Grande Auditório
Un Pont sur la Drina [CI]
de Xavier Lukomski | 18’ Bélgica 2005
Lá-Bas [SE]
de Chantal Akerman | 79’ Bélgica 2006
”Un Pont sur le Drina” recorda Visegrad, uma cidade na Bósnia,
e a sua ponte majestática e simbólica. Através da leitura
de depoimentos prestados em tribunal marcial pelos seus habitantes, ficamos
a saber um pouco mais sobre a guerra na Bósnia. Em ”Lá-Bas” ,
Chantal Akerman filmou uma estada de curta duração num apartamento
em Tel Aviv, próximo do mar, e as perguntas que fez: “Será possível
viver uma vida aqui? Serão possíveis as imagens aqui? Um filme
sem a mínima intenção – a não ser a de não
ter intenção – a fim de que alguma coisa pudesse tornar-se
visível ou talvez ocorrer.”
18.30 Pequeno Auditório
Industrial Britain [T]
de Robert Flaherty | 21’ Reino Unido 1933
Parabola d’Oro [T]
de Vittorio De Setta | 10’ Itália 1995
Maria (Peasant Elegy) [T]
de Alexander Sokurov | 41’ URSS 1978-1988
Saffron = (Zafaran): a documentary film [T]
de Ebrahim Mokhtari | 40’ Irão 1992
Rodado na sua maior parte por Basil Wright
e Arthur Elton, o filme de Robert Flaherty é marcado pelo ênfase romântico
dado à importância da actividade manual individual
durante a era mecânica, enobrecendo o trabalhador. Em “Parabola
d’Oro”, os camponeses caminham em movimentos irregulares
enquanto colhem o trigo. Para trás fica a infindável
e ondulante vastidão da terra siciliana. Os homens carregam
as mulas com os fardos de trigo e levam-nas para a eira. Para
encorajar a força dos animais, os homens cantam canções
em que invocam o sol. o vento, as Divindades. De noite o trabalho
está completo, os camponeses enchem os sacos, voltam a
carregar as mulas e regressam à aldeia. “Maria” é um
requiem cinematográfico por uma camponesa russa. Maria
Semionovna cultivou linhaça toda vida. Quando morreu,
desapareceu com ela o seu conhecimento do trabalho no campo e
os respectivos métodos de agricultura. “Saffron” relata
o trabalho árduo sazonal dos plantadores de açafrão
a Este do deserto iraniano. Um camponês da região
conduz-nos pelo ciclo de crescimento, desde a preparação
do solo até à venda do açafrão
no mercado.
18.30 Grande Auditório
O Fim e o Princípio [SE]
de Eduardo Coutinho | 110’ Brasil 2006
Uma equipa de cinema parte para o sertão da Paraíba
em busca de assunto para um documentário sobre a vida
dos sertanejos. Sem pesquisa prévia, a equipa vai em busca
de pessoas comuns, que tenham histórias para contar. No
município de São João do Rio do Peixe, o
filme descobre o Sítio Araçás, uma comunidade
rural onde vivem 86 famílias, a maioria ligada por laços
de parentesco. Graças à mediação
de uma jovem de Araçás, os moradores – na
maioria idosos – contam a sua vida, marcada pelo catolicismo
popular, pela hierarquia, pelo senso de família e de honra – um
mundo em vias de desaparecimento. Os moradores contam histórias,
falam de vida, da esperança e da morte.
21.30 Grande Auditório
Enron: the Smartest Guys in the Room
[Entrega de Prémios
e Sessão de Encerramento]
de Alex Gibney | 110’ Estados Unidos 2005
O súbito colapso financeiro da Enron, uma das 10 maiores
empresas dos Estados Unidos e um gigante mundial na área
energética, revelou a série de fraudes impunemente
praticadas pelas suas administrações ao longo de
anos com a cumplicidade de muitos. Nesta investigação
de fundo sobre a verdadeira história por trás da
falência da Enron (que alguns compararam favoravelmente
ao trabalho de Michael Moore), o resultado é um retrato
impiedoso do sistema político e financeiro americano quando
as grandes corporações tomam o controlo do mercado
e o seu poder se estende para além da esfera económica.
topo
DOMINGO, 29
14.30 Grande Auditório
FILMES PREMIADOS 1
16.30 Grande Auditório
FILMES PREMIADOS 2
18.30 Grande Auditório
FILMES PREMIADOS 3
21.00 Grande Auditório
FILMES PREMIADOS
ACTIVIDADES PARALELAS
Sessões Escolares
Com o intuito de formar novos públicos para o documentário, o festival
apresenta programas especiais dirigidos a públicos escolares. Estas
sessões são gratuitas para grupos organizados (no mínimo
10 alunos)
mediante marcação prévia.
Informações e Marcações: anacristina@doclisboa.org
Videoteca
Para além dos filmes exibidos nos dois auditórios da Culturgest,
o
público do festival poderá visionar um conjunto de cerca de 800
filmes
(longas e curtas-metragens) enviados para a selecção do doclisboa.
A
sala da videoteca situa-se em frente do Grande Auditório e o seu
acesso é livre no limite dos postos de visionamento disponíveis.
Alguns
dos postos de visionamento são reservados exclusivamente a
profissionais acreditados no festival.
Horário: das 11 às 21 horas
Encontros e Debates no Fórum do Festival
Espaço situado junto ao Grande Auditório e ponto de encontro dos
realizadores com o público, no Fórum decorrem diariamente, ao longo
do festival, encontros, debates e conversas com os realizadores e
outros profissionais, nacionais e estrangeiros, do cinema documental
(produtores, distribuidores, programadores, críticos...) criando assim
um
espaço aberto para a reflexão e a discussão.
Horário: das 14 às 23 horas
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