
Com a presença de:
Augusto M. Seabra, Teresa Villaverde
Moderação:
Davide Oberto
O neo-realismo italiano, mais do que um momento específico na história do cinema, pode ser visto como uma das chaves de leitura possíveis para algumas das cinematografias posteriores, inclusive contemporâneas. Tendo surgido num momento histórico preciso e marcante, a queda do fascismo e a Libertação, um tempo marcado pela urgência de encontrar dispositivos testemunhais numa sociedade a sair da catástrofe, o neo-realismo apresentou-se como uma das propostas mais corajosas e férteis do ponto de vista da relação entre a criação cinematográfica e a procura de novas formas políticas e de organização social. De que forma, ao longo dos tempos e em diferentes partes do mundo, podemos identificar tal encontro entre, por um lado, uma experiência colectiva de transformação das representações e dessas formas sociais e políticas e, por outro lado, uma reconfiguração da prática cinematográfica a partir da procura de uma identidade comum, de códigos populares, da força testemunhal do cinema? Que estratégias, entre a ficção e o documentarismo, se inventaram e actualizaram nessas cinematografias? O ciclo Neo-Realismo e Novos Realismos propõe uma reflexão não só sobre o momento fundador no quadro italiano, a sua disseminação geográfica e o impacto noutras latitudes, como também o marcante ressurgimento de olhares realistas em cinematografias actuais, como os casos do Irão, Filipinas, China, Roménia e Portugal.
23 OUT / 14.30, Culturgest – Fórum Debates
Mesa Redonda falada em Inglês, sem tradução.
Entrada livre mediante levantamento de bilhete no próprio dia.