Com a presença de:
Fernando Rosas, Saguenail, Solveig Nordlund

Moderação:
Luís Miguel Oliveira

O Século XX é, não só um tempo de passado que oferece chaves de leitura do presente, mas sobretudo uma memória verdadeiramente constitutiva da nossa vida e da relação com o mundo, mesmo no caso das mais jovens gerações. O século da catástrofe, do inumano ou do irrepresentável, como foi variadas vezes apelidado em verdadeiras tentativas de tocar a sua marca mais funda e mais decisiva, mas também o século de tantas esperanças, desilusões e novas opressões e horrores. O século entre todos paradoxal: do fim das utopias da História e do progresso e, contudo, da confirmação da força inultrapassável da História e dos seus movimentos na própria representação e percepção do mundo. Desde a catástrofe sem precedentes da I Grande Guerra, passando pela Revolução Soviética, os totalitarismos, a II Guerra e o Holocausto, a queda do Muro de Berlim e da União Soviética e a Guerra dos Balcãs, ou pelo nosso 25 de Abril, ocorreram uma sucessão de catástrofes e transformações, no limite das experiências pessoais e colectivas e das marcas que deixaram e que são parte da nossa herança. É neste quadro que propomos pensar a maneira como as imagens trazem um alcance verdadeiramente testemunhal, a partir de uma intimidade entre a História e quem a viveu, directamente, e quem a vive, enquanto fiel e íntimo depositário, interlocutor desta memória. Esta é uma mesa redonda sobre o modo como o cinema, durante este nosso Século XX, constituiu estratégias de reflexão, denúncia, informação, mas também de construção de sonhos e ilusões comuns e partilhados, em que a história é o corpo comum entre o real e o imaginário, o discursivo e o poético, o representado e a sua irrepresentabilidade.

Mesa-redonda em parceria com o Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa

24 OUT / 14.30, Culturgest – Fórum Debates
Falado em português

Entrada livre mediante levantamento de bilhete no próprio dia.